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Com um “Quem Matou” já revelado, “Escrava Mãe” inova em sua narrativa



        Já é mais do que certo que um  “Quem Matou” em uma trama é sempre um chamariz  para prender a atenção do seu telespectador. A novela Escrava Mãe, do autor Gustavo Reiz na Record, em sua segunda semana de exibição já apresentou o seu.
        Coronel Cústódio, o personagem vivido pelo Antônio Petrin, é assassinado durante a festa de casamento de sua filha Tereza (Roberta Gualda) instaurando o mistério na trama. 
        Porém esse mistério só durou  um capítulo. Nesta terça-feira (14.06)  foi revelado que  a vilã Maria Isabel, a personagem vivida pela Tais Fersoza é a assassina do Coronel, ou seja matou o próprio pai , depois que este descobriu que ela está grávida  e  tinha a intenção de expulsa-la da fazenda.

        Não sei se o Gustavo Reiz quis inovar revelando a identidade da assassina para  o telespectador deixando o mistério apenas dentro da trama  pelo fato de Escrava Mãe já está totalmente gravada e ser quase impossível realmente guardar esse segredo para o final;  ou se a inovação na narrativa de apresentar  a identidade do assassino logo de cara   já estava na sinopse desde sempre.  O fato é que a revelação deu picos de audiência a novela que  vem a cada novo capítulo conquistando um público cativo e com certeza essa sensação de saber a identidade do assassino e não poder fazer nada até o final  vai nos aguçar ainda mais à assistí-la.
        Vale lembrar que os últimos  “Quem Matou”   das novelas foram tão óbvios que acabaram deixando o telespectador decepcionado. Esse novo “molde” criado para Escrava Mãe já valeu a pena.  Claro que de agora em diante o autor vai ter que se virar para transformá-lo  em interessante dentro da trama, e isso  é uma estrada de mão dupla, o desenrolar dos próximos acontecimentos  e os vários suspeitos que surgiram no decorrer  dos capítulos  não terão o mesmo impacto de um “Quem Matou” ainda sem o assassino liberado.

        A história da teledramaturgia mostra que mudar essa ordem da narrativa do “Quem Matou” tem dois lados. Em A Próxima Vítima (1995), trama do autor Sílvio de Abreu, além de descobrir o assassino o telespectador teria que adivinhar quem seria o próximo assassinado. A trama foi um sucesso arrebatador.

        Em O Rebu, na original de 1974 do Bráulio Pedroso  e no remake de 2014, do George Moura e Sérgio Goldenberg,  a narrativa  se passava toda em 24 horas de uma festa contando os acontecimentos que antecederam a morte de um corpo boiando na piscina.  Nas trama tínhamos que saber quem era o morto, que estava entre os convidados da festa e seu assassino. A nova narrativa confundiu  o público da década de 70  e não despertou o interesse no remake dos anos 2000. Assim O Rebu sempre  é lembrada apenas como uma novela cult.

        Gustavo Reiz tem um grande trunfo nas mãos, e se o assassinado foi revelado   pelo fato  da trama já esta finalizada e gravada , já valeu a inovação do “Quem Matou”  que certamente  já entrou para a história da teledramaturgia.

Fonte :

Texto : Evaldiano de Sousa 

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