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Novelas Inesquecíveis – Bandeira 2 (1971)


        Um dos maiores sucessos populares do autor Dias Gomes está fazendo 45 anos. Estou falando da novela Bandeira 2, que trouxe para a tela da tv o mundo do carnaval das escolas de samba cariocas e mostrou, mesmo com um censura pesada em cima, o lado digamos, boa praça dos bicheiros e contraventores através do protagonista Tucão.

        Artur do Amor Divino, o Tucão (Paulo Gracindo), é o bicheiro que domina a região do bairro de Ramos, zona norte do Rio de Janeiro. Tem como rival Jovelino Sabonete (Felipe Carone). Entre a briga do dois, está Noeli (Marilia Pêra), desquitada de Tavinho (José Augusto Branco), motorista de táxi e porta-bandeira da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, amiga de Zé Catimba (Grande Otelo), figura folclórica na escola de samba.
Ainda ganhava força na história o amor proibido de Márcio (Stepan Nercessian) e Thaís (Elizangela), ele, filho de Jovelino Sabonete, e ela, filha de Tucão; o mundo particular de Zelito (José Wilker), o outro filho de Tucão; e a presença de Quidoca (Milton Moraes), o braço direito de Tucão e herdeiro de seu império.

Paulo Gracindo, que até então só havia feito personagens grã-finos na tv, ganhou o personagem depois que Sérgio Cardoso fez exigências  querendo mudanças no perfil do personagem. Dias Gomes não hesitou e disse que  o papel só seria dele se o aceitasse tal como foi concebido. Assim Paulo acabou fazendo o personagem que virou o divisor de águas em sua carreira e o consagrou como grande astro da tv.
O personagem se tornou querido em todos os setores. Nas quadras das escolas, onde era presidente de honra na trama e junto ao contraventores, que chegaram a lotar uma peça do ator comprando todos os 120 ingressos de uma só noite.
A Censura não permitiu que Tucão, um bicheiro e contraventor, tivesse um final feliz e exigiu sua morte no final de Bandeira 2. O Sepultamento do personagem comoveu o Brasil e cerca de três mil pessoas foram ao cemitério onde estava sendo gravado o enterro.  O Jornal Luta Democrática estampou como sua principal manchete do dia em letras garrafais : “Morreu Tucão!”. Isso confundiu o público que achou que Paulo Gracindo havia morrido na vida real.

Marília Pêra viveu na trama a taxista e porta-bandeira Noeli. A atriz que vinha do grande sucesso da Shirley de O Cafona (1971), viu sua personagem ser suplantada pelo sucesso do Tucão, e chegou a pedir para sair da trama. Marília acabou ficando até o final da trama, mas nunca gostou de falar sobre o fato e nem nunca citou a Noeli como uma das personagens que gostou de fazer, mesmo com o sucesso arrebatador da trama.  Uma curiosidade: Mesmo vivendo uma taxista, Marília Pêra nunca havia dirigido um carro antes.
Todas as Escolas de Samba do carnaval carioca se candidataram para serem a escola da novela. A Escolhida foi a Imperatriz Leopoldinense, que na época ainda era uma pequena escola do bairro de Ramos, onde se passava as ações da novela. O Samba de enredo da Escola do carnaval de 1972 “Martin Cererê”  foi composto na vida real por   Zé Catimba (Personagem do Grante Otelo na trama) e Gibi  (Sambista da Escola). A música integrou a trilha sonora nacional de Bandeira 2 gravada pelo Zé Catimba e Banda Samba Ritmo.  Depois de apresentada no Carnaval de 1972, a música passou a ser o tema de abertura da novela.
Outros personagens chamaram atenção em Bandeira 2. O Comandante Apolinário e sua esposa Zulmira, personagens vividos por Ary Fontoura e Eloisa Mafalda, foram o destaque do humor com as fantasias ousadíssimas do casal que nunca perdia o fôlego.

Osmar Prado viveu na trama um jogador de futebol e teve ajuda na caracterização do personagem de ninguém menos que Mané Garrincha.

José Wilker, que estreou em Bandeira 2, deu vida ao personagem Zelito , um rapaz introspectivo e emocionalmente problemático, que passa os dias trancado no quarto pintando quadros, perdido em um mundo de fantasias. Zelito se apaixona por Noeli, e o relacionamento com uma mulher madura e independente o ajuda a superar seus problemas internos e descobrir a vida. Ele e Noeli se casam no final da novela.
Bandeira 2 marcou também  a estreia em novelas dos atores Grande Othelo, Ilva Nino e Francisco di Franco. Também o primeiro trabalho na Globo do ator Milton Moraes.
O dramaturgo, diretor e ator Plínio Marcos participou de Bandeira 2 vivendo o jornalista Bem te Vi.

Os retirantes nordestinos Severino (Sebastião Vasconcellos), Santa (Ilva Nino) e Licinha (Anecy Rocha), que se apossavam da garagem de Noeli, eram personagens originalmente criados para a peça A Invasão, do autor, que havia sido censurada.
A novela foi agraciada por dois prêmios da APCA, o de melhor novela para  Dias Gomes e melhor ator com  Paulo Gracindo.
Coincidência ou não, no dia seguinte ao último capítulo da trama, onde foi exibido o enterro de Tucão,  a banca dos bicheiros do Brasil foi “quebrada” com o sorteio do Macaco, exatamente a milhar do túmulo do protagonista.

Bandeira 2, Tucão e seus outros personagens inesquecíveis estão completando 45 anos e nos deixando com a certeza que dificilmente veremos novamente  uma novela tão forte e polêmica, características principais do seu autor. Impossível imaginar um remake de Bandeira 2 em um Brasil tão cheio de padrões sociais como o de hoje. Um Bicheiro como protagonista de uma novela seria no mínimo uma “Contravenção”.  Mas o Tucão  representou muito mais do que um homem que enriqueceu a custas do jogo do bicho. Tucão representava e mostrou através da sua história   a realidade dos moradores da zona norte carioca.
Ficha Técnica:

Novela do autor Dias Gomes
Direção Geral: Daniel Filho e Walther Campos
Elenco:
PAULO GRACINDO – Tucão (Artur do Amor Divino)
MARÍLIA PÊRA – Noeli
FELIPE CARONE – Jovelino Sabonete
MILTON MORAES – Quidoca
JOSÉ WILKER – Zelito
GRANDE OTHELO – Zé Catimba
ZIEMBINSKI – Irmão Ludovico
JOSÉ AUGUSTO BRANCO – Tavinho
STEPAN NERCESSIAN – Márcio
ELIZÂNGELA – Taís
OSMAR PRADO – Mingo
ARY FONTOURA – Comandante Apolinário Gusmão
ELOÍSA MAFALDA – Zulmira
OSWALDO LOUZADA – Lulu Papa-Defunto
ILKA SOARES – Valéria
FRANCISCO DI FRANCO – Galileu
JACYRA SILVA – Marilena
MIRIAN PIRES – Dulce 
MARGARIDA REY – Anunciata
PAULO GONÇALVES – Neneco
GRACINDA FREIRE – Miloca Boca de Cano
SEBASTIÃO VASCONCELOS – Severino
ILVA NIÑO – Santa
ANECY ROCHA – Licinha
ANTERO DE OLIVEIRA – Quincas
LAJAR MUZURIS – Mudinho
JOÃO PAULO ADOUR – João Cláudio
SÔNIA CLARA – Leda
HENRIQUETA BRIEBA – Filó
SUZY KIRBI – Belinha
ANGELITO MELLO – Cardoso
MARIA ISABEL DE AGUIAR – Aninha
ROBERTO BONFIM – Balalaika
ADRIANO LISBOA – Delegado Paixão
EDSON ANANIAS – Marraio
PAULO RESENDE – Carijó
IVAN DE ALMEIDA – Bento 
CLÉA SIMÕES – Chica 
JOÃO LOREDO – Paguá
NANAI – Corre-Corre
ROGÉRIO FRÓES – Dr. Freitas
LEDA LÚCIA – Camila
VERA MANHÃES – Gracinha
MÁRCIA RODRIGUES – Ângela
e
CELSO CARDOSO – bicheiro amigo de Tucão
CLÁUDIA BARROSO como ela mesma
ELOÁ DIAS – dançarina
JORGE CALDAS – jornalista
JOSE MOURA – capanga de Jovelino
MARLENE como ela mesma
MILTON GONÇALVES – Caldas
MÍRIAM APARECIDA – Sula (sobrinha de Tucão) 
MÍRIAM TEIXEIRA – secretária de Tavinho
PLÍNIO MARCOS – Bem-Te-Vi
YARA JATI – mãe de Jovelino
Exibição: 28 de Outubro de 1971 à 15 de Julho de 1972
Capítulos: 179
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br www.memoriaglobo.combr

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