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“Haja Coração” termina , mesmo com altos e baixos, marcada pelo sucesso


        Tenho que começar o post sobre o final de Haja Coração tendo como base a palavra “Nostalgia”. É que Haja Coração é o primeiro remake produzido pela Globo no qual assisti por completa a novela  original. Em 1987, quando Sassaricando foi parar o ar, eu  tinha 9 anos e lembro-me do encantamento que  a trama  me causou e  a paixão pela Tacinha  e pela Fedora, personagens da Cláudia Raia e Cristina Pereira, que foram o grande destaque da novela. Haja Coração deixou de apresentar alguns personagens de Sassaricando e apresentou outros  envolvidos com novas tramas. Ficou faltando em Haja Coração a organização criminosa  liderada por Ella, uma figura enigmática de uma cobra  naja que ficava em um compartimento escondido  de uma boate, que era uma das principais locações da novela.  A Organização apareceu por volta da metade da trama e foi responsável por praticamente todos os acontecimentos  a partir de então.  Enfim foi muito bom relembrar uma trama tão boa e valeu apena rever essa releitura do clássico que mesmo com alguns percalços cumpriu o pretendido.
        Mas o principal ingrediente que Daniel Ortiz usou de Sassaricando em Haja Coração sem dúvidas foi o ar popularesco da trama, apresentando personagens muitas vezes exageradamente populares e que tocaram o grande público. Basta ver que os núcleos de maior sucesso da trama foram exatamente esses (Os da Família da Tancinha e cia).


        Para o último capítulo exibido nesta terça-feira (08.11)  ficou  apenas  a grande dúvida de com quem a dividinha Tancinha (Mariana Ximenes)  iria ficar: Beto ou Apolo? Apesar da minha torcida pelo Beto (João Baldasserini), o Apollo (Malvino Salvador) foi o vencedor. Como prêmio de consolação o Beto ganhou uma nova Tancinha em forma de Paolla Oliveira (Numa participação especial), relembrando Felizes para Sempre? Será? Vale lembrar também que a Paolla Oliveira foi uma das atrizes cogitadas e convidadas para viver a Tancinha, depois que a Mônica Iozzi desistiu do papel.

        Mas o principal casal de Haja Coração foi mesmo o Shirlipe ( Shirley+ Felipe). A Personagem Shirley,  vivido com sensibilidade e maestria pela Sabrina Petraglia, que veio de Torre de Babel (1998), outra trama do Silvio de Abreu, acabou tomando ares de protagonista com seu conto de fadas contemporâneo nos braços do príncipe Felipe (Marco Pitompo). O público shippou o casal a trama inteira  e autor estrategicamente casou o  Shirlipe  no penúltimo capítulo para não correr o risco  de suplantar o final dos protagonistas Beto /Tancinha / Apollo.

        Haja Coração nos brindou com grandes personagens   e  intérpretes que parecem que foram feito sob medida. O que dizer da Bruna má da Fernanda Vasconcellos, sem dúvidas seu melhor momento na tv desde a Nanda de Páginas de Vida (2006); A Teodora da Grace Gianoukas que foi a grande estrela do núcleo cômico, assim como a Ellen Rocche na pele da Leonora Lammar, que mesmo com a personagem anteriormente vivida pela Irene Ravache,  e tendo como companheira de cenas ninguém menos que Malu Mader e Carolina Ferraz, conseguiu se sobressair e mostrar um ótimo  e inesquecível trabalho.

        Mariana Ximenes também tinha um trabalho difícil em Haja Coração. Viver a Tancinha imortalizada pela Cláudia Raia  era um desafio que inicialmente deixou a atriz perdida e muito fake, mas logo ela  encontrou o tom, deu um perfil próprio a personagem e criou não uma nova Tancinha de Sassaricando, mas uma “Nova Tancinha” para a teledramaturgia.


        Outra que também brilhou na trama foi a Ágatha Moreira, que praticamente viveu três personagens na trama : A Camila má, de antes do acidente; A Camila boazinha, pós acidente e a última Camila , o meio termo entre as duas. Com o perfil bem diferente da original de Sassaricando, ela foi bem mais interessante dramaturgicamente falando, e consagra a atriz em mais um trabalho.
        Outros destaques : Marina Orth (Francesca), Jayme Matarazzo (Giovanni), Paulo Tiefenthaler (Rodrigo), Renata Augusto (Dinalda) e a Chandelly Bráz (Carmela).

        Mas com nem tudo são rosas  . . . Se a Fedora foi o outro grande destaque da trama original, a versão de Haja Coração vivida pela Tatá Werneck infelizmente se perdeu no decorrer da trama.  Inicialmente na dobradinha com a Grace Gianoukas, a personagem até rendia, mas a suposta morte da Teodora, levou junto a alma da personagem, e para o telespectador sobrou o de sempre,   a Tatá fazendo graça. Nem mesmo  a participação  especialíssima  da Cristina Pereira,  que viveu a Fedora de Sassaricando, como a Tia Safira salvou o núcleo dos Abdalla que foi definhando e ganhou força apenas nas últimas semanas com o retorno da Teodora.

        Vale ressaltar que o  embate  cômicos entre a Teodora e a Safira na última semana brigando pelo Tarzan, rendeu bons momentos  à trama. Foi um espetáculo com direito a um bom texto e caras e bocas das veteranas do humor Cristina Pereira e Grace Gianoukas.
        Mesmo com alguns pontos positivos, a tão aguardada participação da Cristina Pereira foi totalmente desperdiçada. Talvez tivesse sido melhor uma pequena participação, como foi a da Cláudia Raia, para  não  apagar o  encanto que tínhamos da Fedora  que ela viveu antes.
        Outros atores/personagens desperdiçados em Haja Coração : Claudia Gimenez (Lucrécia), Gabriel Godoy (Leozinho), Cléo Pires (Tamara), José Loreto (Adonis) e Duda Mamberti (Ariovaldo).
        Enfim, entre autos e baixos, Haja Coração se firmou como uma boa novela, e consagrou Daniel Ortiz em seu segundo trabalho repetindo o êxito de Alto Astral em 2014.

Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa

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